Aproveitando que não consigo dormir

E aproveitando que tenho onde despejar as coisas (em português, quando me dá vontade), hoje estou especialmente chateada com o modo como minha vida está - eu achei que ia passar um dia, but, still waiting.

Eu devia mesmo é ter me matriculado na faculdade estadual, no curso que eu queria. Primeiro, por quê não ia precisar ouvir minha mãe reclamar de pagar minha faculdade. Segundo, porque eu estaria fazendo algo que me agrada, estaria na minha praia, utilizando meu talento nato. Podia também ter feito o FAVORZINHO para o meu organismo de cursar o noturno, porque não dou CONTA de ficar levantando seis da manhã, tipo, não é meu funcionamento biológico, nunca foi.

Eu devia mesmo ter me mudado pra Pampulha, pra não ter que perder tempo ouvindo dos outros que horas eu deveria chegar em casa. Eu não vou chegar no horário, não estou nem aí pra o fato de que isso machuca fulano ou que está errado pra beltrano. Se eu pudesse mesmo, fazia igual quinta e só voltava pra casa no dia seguinte.

Eu devia mesmo ter arrumado um quarto só pra mim, onde ninguém mexe e ninguém entra, pra não ter desespero quando enrolam o fio do meu laptop fazendo tranças. Também pra não arrumarem meu quarto OUTRA VEZ, mesmo eu tendo já arrumado, como se fosse um recado, falando que minha arrumação não satisfaz. Isso é uma afronta para mim, que sempre fui uma pessoa organizada. Também não é legal você não poder mudar nada no quarto, porque o espaço não é seu. Ou igual outro dia, que cheguei e tinha outra cama, sabe-se lá raios por quê. Não foi legal a surpresa. 

Outra coisa que é um saco é conviver com essa casa sempre suja, não ter lugar para guardar minhas coisas, e ser responsabilizada por coisas que não faço. Pra começar, eu nem fico em casa. Como posso gastar tanta energia, incomodar, comer tanto?

Eu fico me perguntando também. Se minha mãe teve puta convivência horrível com minha vó, por que DIABOS me mandou vir morar com ela. As duas são pessoas muitoooooooo difíceis. E eu também sou.

Esse final de semana foi um pesadelo à parte, eu, doente, não aguentei ficar em casa porcausa de tanta reclamação que ouvia. Eu estou velha demais pra precisar da ajuda das pessoas pra tudo. Sempre fiz tudo sozinha. Nem quando morava com minha mãe faziam isso pra mim, eu não sinto a mínima falta nem a mínima vontade. Prefiro ir passear na rua doente do que ficar em casa e ter que ouvir monte de merda.

A cada dia que passa sinto cada vez mais que fiz a escolha errada. Lição pra vida que é melhor escutar meu coração do que as vontades dos outros. Chorar agora não adianta mais, vai fazer um ano que estou aqui e já chorei demais. Isso não soluciona nada.

Aliás, eu não sei se um dia vai fazer sentido mesmo. Pode ser que essa recompensa não valha a pena, ou nem chegue. Principalmente quando os meios pra obtê-la não são nada satisfatórios. Vou ficar esperando porque é tudo o que posso fazer. Não sei até quando aguento, mas em último caso eu sei o que fazer: tampar os ouvidos pro mundo.

(via ffffound!)